sexta-feira, 10 de abril de 2009

5x12 "Dead is Dead"

E finalmente, depois de dois episódios dormíveis, a quinta temporada de Lost volta a engrenar. "Dead is Dead" pode não ter sido um episódio para marcar as gerações futuras, mas foi um excelente episódio. Excelente e, o que é melhor, eficiente! A minha sensação de que a temporada estava estolando depois do retorno dos O6, com aquele blablabla de cada um descobrindo por que voltou, foi instantaneamente desfeita e substituída por empolgação pela reta final da temporada. E o melhor de tudo foi ver que, mesmo com tantas coisas para enfiar em um episódio, os roteiristas Brian K. Vaughan e Elizabeth Sarnoff conseguiram imprimir um ritmo natural para as cenas, sem atropelar tudo em 5 minutos de projeção como muitas vezes acontece.

No começo do episódio, ainda desanimado pelos dois que o precederam, eu nem estava me empolgando muito. Claro, teve a volta das perucas ridículas (um marco da primeira temporada), teve aquele Widmore quarentão (cujo ator é TÃO parecido com o Alan Dale que quando ele revelou quem era pareceu até que estava repetindo o óbvio. Onde eles encontram esses sósias, minha gente?), e teve mais uma chance de ver a Rousseau delicinha de 16 anos atrás. Mas o 5x12 ainda não tinha prendido minha atenção até o momento em que descrevo abaixo:

(Eu): ¬_¬
(Ben): - Você está procurando isso? *blam*
(Eu): O_____O

Daí pra frente, foi tensão e suspense o resto do tempo de exibição. E foi glorioso ver o Ben pego completamente de surpresa pelo retorno do John, e o John fazendo ele comer o pão que o diabo amassou, de propósito. Aliás, esse episódio me deixou com a pulga atrás da orelha: o Locke ressuscitou mesmo, ou estamos vendo alguma outra manifestação da ilha, que pensa ser John Locke mas na verdade é... outra coisa? (ou talvez seja porque eu recentemente vi Battlestar Galactica inteiro e, bem, quem viu sabe)

Muitos momentos bons pra se destacar no episódio. Aquela tensão horrorosa e maravilhosa da cena de Ben no cais (e se eu fosse o Desmond só comprava comida enlatada pelo resto da vida depois dessa, hein?), a revelação de que a Ilana não é apenas uma caçadora de recompensas gostosa, é também aparentemente uma cultista gostosa ou coisa parecida (gostosa), e que talvez represente mais um grupo de interessados na ilha - além de Widmore, Ben, e da iniciativa Dharma, se é que sobrou alguém dela pra contar história.

Aliás, uma coisa que foi mostrada de forma bastante sutil, foi que Widmore não é o chefão da Dharma afinal. Ele ainda estava na ilha, vivendo no mato e sendo líder dos Others em 1988, ano em que Ben raptou a Alex dos braços da mãe. Isso reabre espaço na série para explorarem a história do casal DeGroot e a família Hanso, cujo ancestral Magnus era comandante do Black Rock inclusive. Sei que em momento algum foi dito que a Fundação Hanso era só um braço das indústrias Widmore, mas com certeza tinham tentado dar essa impressão no passado.

E mesmo sem ter explicado qualquer coisa sobre o Fumacinha ("explicado" em termos Hurley-Miles, se é que vocês me entendem), o episódio não deixa dúvidas de que as aparições de pessoas mortas são responsabilidade única e exclusiva dele. E também recupera o papel que ele desempenhava nas primeiras temporadas, de julgar quem deve viver e quem deve morrer. Francamente, eu estou muito satisfeito em ter visto o lar da fera e espero que os produtores não incorram no erro de tentar explicar detalhada e cientificamente a composição de uma criatura que, além de se manifestar como uma nuvem preta que emite eletricidade, faz som de aparato mecânico, lê (e projeta!) memórias das pessoas, e pra completar está na área desde a antiguidade, como mostra o desenho de Anúbis batendo um lero com ele na parede do templo subterrâneo.

Aliás, um parêntese deve ser feito aqui para registrar a genialidade do Stephen Williams (eu escrevi isso mesmo? putz) ao filmar a cena em que a Alexzilla dá uma descompostura no Ben. Ele conseguiu, só com a iluminação da cena, fazer com que a linda Tania Raymonde virasse O CÃO CHUPANDO MANGA DO AVESSO. Sério, MUITO MEDO dela naquela cena, pqp! Sou obrigado a tirar meu chapéu.

Enfim. Estou novamente empolgado. Estou satisfeitíssimo em ver Ben sendo colocado em seu lugar, e estou muito, muito curioso para saber por que tanto o monstro quanto o Jacob acham Locke tão importante para o futuro. E esperando para ver se Benjamin vai aceitar virar um mero apóstolo. Minha aposta? Nem fudendo =P

sexta-feira, 3 de abril de 2009

5x11 "Whatever Happened, Happened"

*Yawn*

Não sei o que houve com Lost, mas nas duas últimas semanas eu realmente estou me segurando para não dormir nos episódios. Semana passada eu nem me dignei a comentar o episódio - chato, chato, chato, clichè até o fim da vida, com um final pseudo-bombástico desses que a gente tem certeza que vão ser desfeitos no primeiro minuto do episódio seguinte. Coisa que sempre detesto quando colocam na série. Pelo menos foram poucas.

"Whatever Happened, Happened" é, acima de tudo, um episódio previsível. Ele continua o processo iniciado no episódio anterior de mostrar o que aconteceu com cada um dos O-6 entre o momento da separação nas docas e o momento de embarcar no avião da Ajira, e, tal qual em "He's Our You," as cenas que completam os vácuos de "316" deixam a desejar. Sayid caindo num truque mais velho que andar pra frente e sendo preso por uma caçadora de recompensas que representa um dos sujeitos que ele matou - que trabalhava pra Widmore - mas ao mesmo tempo não tem nada a ver com Widmore ou Ben? Fraco. Kate entregando Aaron para a avó e fazendo uma promessa de que vai trazer Claire de volta? Ok, mas não explica por que ela foi dar pro Jack logo em seguida.

Aliás, vemos que apesar de ter sido a primeira a endossar o plano de Jack de mentir para o mundo, a fofoqueira da Kate não aguentou meio mês e já tinha contado a história toda - 4 temporadas mais os extras do DVD - pra doce e super confiável Cassidy. E de lambuja, desenrolou pra mãe da Claire também antes de voltar. Assim é fácil viver com a culpa, né? Hurley te despreza, Kate.

E por falar em Hurley... ok, não é de hoje que os produtores inserem as FAQ dos foruns online de Lost em alguma cena da série, mas o diálogo entre Miles e Hurley foi TÃO dolorosamente retirado ipsi literis da internet que eu tive uma crise intensa de vergonha alheia. Os Darlton colocam uma trama rocambolesca de deslocamentos temporais na série e agora peidam na farofa e resolvem superexpôr a questão num verdadeiro "Lost para Dummies" dentro da série? Lost Untangled não tá dando mais conta? Foi mal, mas pra esse tipo de intercâmbio cansativo eu já tenho o tópico de Análises. Viagem no Tempo é um assunto que aliena uma boa parte da fanbase, sim, sejam machos e vivam com as consequências. Afinal, ninguém forçou os caras a entrarem nesse mérito.

E o que dizer do Jack? Ele sempre foi CDF e sempre, sempre escolheu a hora errada pra ligar o foda-se. Mas isso já tá ficando chato. Quando ele passa 120% do tempo tentando cuidar da vida de todos ao redor, é um babaca. Quando ele REALMENTE precisa cuidar de alguém, INEXORAVELMENTE ele tira o dia pra pensar em si mesmo antes de mais nada. É tipo a sina do cara, ou os roteiristas tão precisando muito alavancar o Sawyer? Porque tava óbvio que ao se recusar a salvar o pequeno Ben, Jack estava selando o destino de malvadão dele, e que se ele tivesse sido um MÉDICO COMO QUALQUER OUTRO QUE SEGUE A PORRA DO JURAMENTO DE HIPÓCRATES, nada do que aconteceu teria acontecido (mas aí acho que o título do episódio ficaria inútil, né?)

E enquanto estou no embalo, não gostei da explicação "algo aconteceu no templo e apagou a memória de Ben." Preferia achar que ele conhecia os Losties desde o princípio e sempre escondeu isso por trás da cara de maníaco. Já tava até emocionado achando que a fixação dele pela Juliet se devia ao fato da mesma ter salvo sua vida na mesa de operações... mas não, bora lá botar mais um mistério retirado do além pra justificar a perda de memória dele.

Mas só pra não dizer que não falei de LaFleur (viram o que eu fiz aqui?), fiquei muito feliz com o resultado da primeira cena a sós entre Kate e Sawyer depois do retorno dela. Apesar do cliffhanger de "LaFleur" ter aberto a possibilidade dele estar revivendo a paixonite de 3 anos antes, nesse episódio fica bem claro que ele ama a Juliet muito mais do que amou a Kate, e que - como ele bem coloca - ele amadureceu muito no tempo em que eles estiveram longe. Ao contrário dela, que aparentemente só desenvolveu um instinto materno grande o suficiente para englobar o universo, mas ainda assim pequeno demais pra que ela não perca o filho no supermercado poucas horas depois de um maníaco manipulador e cheio de recursos como Ben Linus ter declarado que todos têm que voltar para a ilha. Kate == Motherhood Fail.

E não vou nem comentar o que é a Liz Mitchell na cena em que ela vai dar um sermão no Jack no banheiro. Aquela mulher me dá cócegas em lugares secretos. Se ela adentrasse meu banheiro de sopetão e vestida daquele jeito, só saía 3 dias depois =P

Por fim, dois comentários. Um: é impressão minha, ou Richard Alpert está super bonzinho e amico da galerë nessa temporada? Aquele papo RBD de não reconhecer a autoridade de Ellie (Hawking) e Charles (Widmore), e a gentileza dele ao perguntar se os Dharma querem mesmo que ele leve o moleque, em nada me lembram o Richard frio e calculista das outras temporadas. E dois: os 30 segundos de cena do Terry O'Quinn >>>>>>>>>> o resto do episódio INTEIRO!! Já deu daqueles cabeludos bizarros da Dharma, eu quero mais John Locke!!

Aguardando episódios melhores =P