quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

5x05 "This Place Is Death"

Fazia tempo que eu não tinha arrepios assistindo um episódio de série de tv. Mas foi isso que "This Place Is Death" me causou. E isso se deve ao roteiro da (cada vez melhor) entidade Kitsis-Horowitz, que acerta na mosca o tom das cenas. Até a direção do Paul Edwards funcionou dessa vez - não é sempre que ele faz coisas boas em Lost. O estilo dele, mais puxado pro cartunesco, funciona bem melhor em Heroes, aonde ele dirigiu os excelentes "Kindred" e "Five Years Gone" aliás. Porém, tenho que admitir que há muito tempo uma cena com o Fumacê não me deixava tão apreensivo, e o mérito é todo do cara.

O episódio já começou me deixando feliz, ao ver a debandada da tchurminha do pier, que espantou meus medos de que os O6 fossem todos voltar pra ilha de mãos dadas e saltitando já no sétimo ou oitavo episódio da temporada. Também me causou extrema satisfação ver a Kate mandando o Jack tomar no toba, ele é muito idiota se achava que ia aparecer com o Ben a tiracolo e ela ia aceitar numa boa a idéia de voltar. Mesma coisa o Sayid deixando o quarteto fantástico e avisando que vai receber na bala quem tentar ir atrás dele. Já o Ben prova que não é qualquer femme fatale de jardim-de-infância que vai derrotá-lo em seu próprio jogo e dá uma volta tão fácil na Sun que chega a dar pena. Ah, e ainda vislumbramos o início do futuro romance entre Ji Yeon (fofa!!!) e Aaron Littleton! Vocês leram aqui primeiro, crianças!

De volta a 1988, as cenas com a equipe da jovem (e gata) Danielle foram um banquete para os fãs de longa data! Vimos o primeiro encontro deles com o Lostzilla (com fome de novo, yay!), vimos aquelas ruínas misteriosas aonde Montand perde o braço (ou melhor dizendo, o braço perde Montand, né Danielle?), vimos Jin ser o responsável por preservar a vida da Rousseau por tempo suficiente para a Alex nascer... e num salto temporal que serviu quase como um fast-forward no flashback in loco vivido pelo Jin, vimos Danielle já locadavagina matando o pai de sua filha (quem disser que Alex é filha biológica do Ben agora vai receber uma carta com Anthrax, falo muito sério), num ato inexplicável para um casal que poucos meses antes superexpôs tanto seu romance para a câmera, e nos jogando quase que desinteressadamente a informação de que ele era um hospedeiro! Depois de tantos mistérios resolvidos nos últimos episódios, bem que eu já tava sentindo saudades mesmo de um mistério novo pra poder roer ;)

Daí para sabe-se lá quando, vemos enfim o reencontro de Jin com o restante dos Losties in Time. Destaque para o Sawyer quase dando um glomp no coreano, e depois a gafe maravilhosamente hilária do Miles achando que Jin estava pedindo para ele ser seu intérprete ("ele é da Coréia, eu sou da Califórnia!"). Vemos os saltos temporais ficando cada vez mais descontrolados, e subitamente a pobre Charlotte cai no chão para nunca mais levantar. Eu realmente queria que ela continuasse na série (se bem que agora que estamos viajando pelas épocas, nada impede que ela morra e continue sendo até do elenco fixo se quiser), mas quando ela começou a dar o serviço todo e fechar redondinho o mistério de sua ligação com a ilha, eu vi que era inevitável e que ela ia mesmo cantar para subir. O que eu não esperava, era ela se lembrando de ter encontrado Daniel quando era pequena! Arrepio na espinha número um. E quero ver o que os teoristas da implantação de memórias no presente simultaneamente à exibição de cenas do passado terão a dizer sobre isso. Até porque, essa cena não foi mostrada na série ainda, e pela cara de WTF que o Daniel fez, ele mesmo ainda não vivenciou esse encontro. Tem tudo para ser uma cena avassaladora, só basta achar uma atriz mirim ruivinha que se sustente em cena com o Jeremy Davies. Mal posso esperar!

Outra cena de absoluto destaque, que me fez urrar e chutar o ar de alegria, foi o CHILIQUE que Ben dá com Jack e a Sun durante a lengalenga deles dois. Juro que bati palmas! Michael Emerson não é Michael Emerson à toa, e prova que seu personagem ainda tem muito a oferecer antes de virar uma caricatura de si mesmo - contanto que o roteiro ajude. Confesso que estava enfastiado com o Ben desde o episódio passado porque ele ultimamente era onipresente, onisciente e puxava todas as cordas, o que simplesmente não tem nada a ver com Benjamin Linus clássico, que sempre foi um cara que, por mais que pudesse ficar confortavelmente ditando as jogadas, estava sempre arriscando, blefando, subindo apostas e abusando dos limites de seu controle sobre a situação - e justamente por isso ele perdeu a filha. Ele teria conseguido arrebanhar a Sun com ou sem aquele ataque de pelanca, ele fez porque ele se diverte chutando o balde. Esse, sim, é o Ben que eu respeito =) Arrepio número 2.

Agora. Destaque máximo do episódio, sem sombra de dúvidas, lá no alto e reinando soberano, foi a interpretação MARAVILHOSA do Terry O'Quinn conversando com Jacob dentro do poço. Estou seriamente abalado ainda pelos longos e silenciosos momentos que ele leva para assimilar que sim, ele vai morrer, e vai fazer isso para trazer de volta para SUA ilha gente que nem queria (ou merecia) estar lá. Mas ele ainda assim o faz. Faz porque é a vontade da ilha, e tal qual os caprichos de uma amada inconsequente, ele é incapaz de negar. E quantos atores televisivos da atualidade conseguem dizer tanta coisa APENAS com o olhar e a respiração? Não muitos. Arrepios múltiplos com essa cena, até agora só de lembrar.

E como se não bastasse essa carga emocional toda, a cena ainda nos presenteia com mais um caminhão de informações! Locke deveria ter movido a ilha, e não Ben! Jacob despreza o Ben e dá um puxão de orelha no Locke por ainda dar ouvidos àquela víbora. E, finalmente, é revelado o motivo da ilha estar soluçando no tempo - pelo menos o aparente. A roda de burro estava fora de seu eixo. Ou seja, tudo culpa do Locke que deu ouvidos ao Ben, que por sua fez conseguiu estragar o brinquedo. Típico. E o que dizer da excelente última troca de frases entre Christian Jacob Shepherd e Locke? "- Diga oi ao meu filho!"; "- Quem é seu filho?!" =D Eu ri!

Para fechar com chave de ouro o episódio, temos finalmente a confirmação em-cena do spoiler mais mal-guardado dos últimos tempos: a misteriosa Sra. Hawking é Eloise Hawking, e é a mãe de Faraday. TODOS: -Ooooooohhhhhhh!!!! =OOO Ninguém desconfiava, Darlton. Nem mesmo depois dessa teoria ter sido "espontaneamente" conjecturada por 11 entre 10 fãs da série nas últimas duas semanas. Enfim, tem spoilers que de fato ganham vida própria. Nenhum grande dano aí, a não ser ter deixado o suspense da última cena parecendo forçado e idiota. Mas antes disso teve o reencontro de Desmond com um bando de gente que ele esperava nunca mais ver na vida, que valeu pelo episódio inteiro! E a cara que o Ben fez quando ele cita a "mãe de Faraday" leva a crer que ele próprio não conhecia esse detalhe. O que não deixa de ser interessante, afinal é o Desmond - o radical-livre do tempo - jogando novas informações em velhas contendas que existem desde que o relógio anda pra frente. Quem sabe?

E esse certamente foi o maior comentário que eu já escrevi sobre basicamente qualquer coisa. Culpa de Lost, que a cada semana fica mais empolgante. Que venha logo o 5x06 com seus preciosos minutos extras!!

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